terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

"Eu queria um amor ridículo, inconveniente, asfixiante e consumidor que não me desse espaço para pensar. Queria um amor que me fizesse berrar até a garganta sangrar. Que me fizesse estiletear o braço com seu nome. Um amor que me escutasse chamando seu nome de cidades à distância e acalmasse o caos do universo com um simples abraço. Um amor cujo beijo me desse frio na barriga e cujo corpo no meu me possuísse de tal forma que eu não conseguisse parar de chorar... Borrando a maquiagem e inchando meu rosto. E que mesmo neste estado ele me achasse a mulher mais linda do mundo, a única. Que fizesse com que me sentisse virgem e intocada ao desabotoar meu sutiã e percorrer meu corpo com as mãos. Que me desse dor de cabeça de tanto pensar nele e que essa dor só parasse com um beijo. Alguém que morresse de ciúme de todos os meus amigos e xingasse toda vez que ficasse inseguro. E que eu pudesse curar essa insegurança com um simples olhar ou demonstração de afeto. Um amor que me instigasse a tatuar seu nome por lugares espalhados do meu corpo, que pertenceria só a ele. Que me fizesse comprar seu perfume e usá-lo em todas as minhas roupas para cheirá-las e senti-lo quando ele não estivesse comigo. Que me fizesse escrever poemas e musicas intensas explicando por A+B o porquê de ele ser a razão da minha vida. Que quando os lesse, se calasse e quando eu menos esperasse, falasse que me amava. Alguém que escolhesse minha roupa, penteasse meus cabelos e pintasse as unhas dos meus pés. Um amor que me fizesse cozinhar um jantar à luz de velas com vinho branco e existisse sobre uma trilha sonora sexy e sedutora.Alguém a quem eu pudesse contar todos os meus segredos mais íntimos e irreveláveis sem medo de julgamento. Que me fizesse escrever cartas quilométricas em rolos de papel higiênico. Com quem eu pudesse tomar banho de espuma, sair da banheira nua e assistir a filmes debaixo do cobertor no quarto refrigerado. E que o ar-condicionado nos deixasse doentes para podermos cuidar um do outro. Alguém a quem eu desse comida na boca, lambuzasse de sobremesa e depois lambesse o corpo inteiro. Alguém com quem eu tirasse milhares de fotos íntimas para poder fazer uma parede dos nossos momentos e decorá-las com o sangue do meu dedo. Com quem todos os dias fossem diferentes, que todos fossem como a primeira vez. Queria ter asas e dividi-las com ele e quando ele não estivesse por perto me fizesse cair. Queria um amor pelo qual pudesse morrer, para tornar lindo o ato de viver."

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