terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Caio Fernando de Abreu

Estou me transformando aos poucos num ser humano meio viciado em
solidão. E que só sabe escrever. Não sei mais falar, abraçar, dar beijos, dizer coisas aparentemente simples como “eu gosto de você”. Gosto de mim. Acho que é o destino dos escritores. E tenho pensado que, mais do que qualquer outra coisa, sou um escritor. Uma pessoa que escreve sobre a vida — como quem olha de uma janela — mas não consegue vivê-la.
"Se sofrer era tudo o que esperavam de mim, eu surpreendi"

Humberto Gessinger

Toda vez que toca o telefone, eu penso que é você. Toda noite de insônia, eu penso em te escrever... Pra dizer que teu silêncio me agride e não me agrada ser um calendário do ano passado. Pra dizer que teu crime me cansa e não compensa entrar na dança depois que a música parou... A música parou. Parou.
3 anos: “Mãe, eu te amo”.

10 anos: “Mãe, você não entende nada”.

16 anos: “Oh meu Deus, voce tá me irritando mãe”.

18 anos: “Quero sair dessa casa”.

25 anos: “A Senhora tinha razão, mãe.

30 anos: “Quero voltar para a casa da minha mãe”.

50 anos: “Eu não quero perder minha mãe”.

70 anos: “Eu dava tudo para que a minha mãe estivesse aqui”

Nós só temos uma mãe. Se você ama a sua, reblogue isso.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Força Sempre!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Clarissa Corrêa

"O tempo nem sempre cura tudo. Tenho feridas que já cicatrizaram, mas que insistem em latejar quando o dia está nublado. Tenho mágoas que já foram superadas, mas se lembro bem, se lembro forte, se penso nelas eu choro. E o choro dói, dói, dói como se fosse ontem. Tenho vontades que nunca passam. Tenho uma tara por chocolate e queijo que nunca saiu de viagem. Tenho mania de escrever em blocos e ter pelo menos dois deles sempre dentro da bolsa. Tenho sentimento de posse, tenho ciúme, tenho medo de perder quem é essencial na minha vida. Tenho medo de me perder, por isso acendo todas as luzes."

Pra Ser Sincero/Humberto Gessinger

Quando eu tinha doze anos, meu pai adoeceu. Faleceu quando eu tinha catorze. Tudo ficou em stand-by, nesse período, lá em casa. Acumulando poeira. Muita coisa ficou em stand-by pra sempre. Não deu tempo pra ele me ensinar a fazer a barba.
Enquanto meus colegas brigavam com seus pais na saudável busca de indentidade, à noite, eu colocava os chinelos do meu pai para andar no escuro da casa. Fisicamente não nos parecíamos, mas o som dos chinelos caminhando era igual. Matava um pouco da saudade.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Que dezembro seja melhor e supere todas as angústias, medos, inseguranças e azar de um novembro fodido.

Caio Fernando de Abreu

Eu acho graça e penso em como você também acharia graça se soubesse como eles repetem que você não existe. Depois eu paro de achar graça e fico olhando a porta por onde não entra o telefone por onde você não fala e me lembro do pedaço apodrecido daquela maçã e então penso que talvez eles tenham razão, que talvez você não venha mais, e com dificuldade consigo até pensar que talvez você não exista mesmo. Mas não é possível, eu sei que não é possível: se estou escrevendo para você é porque você existe.