quinta-feira, 28 de abril de 2011

Caio F. Abreu

Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. Acredito que essa moça, no fundo, gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera. Estranho é que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? A moça.. ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. As vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera? E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário… por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.
Esta foi uma pesquisa séria feita por profissionais de educação e psicologia com um grupo de crianças de 4 a 8 anos. O QUE É O AMOR?

Respostas: "Amor é quando alguem te magoa e você mesmo muito magoado não grita, porque sabe que aquilo fere seus sentimentos" Mathew, 6 anos.

"Quando minha vó pegou artrite, ela nao podia se debruçar para pintar as unhas dos dedos dos pés. Meu avô desde então, pinta as unhas para ela, mesmo quando ele também está com artrite." Rebecca, 8 anos.

"Eu sei que minha irmã mais velha me ama, porque ela me dá todas as suas roupas velhas e tem que sair para comprar outras. " Lauren, 4 anos.

"Quando alguém te ama, a forma de falar seu nome é diferente" - Billy, 4 anos.

"Amor é quando você sai para comer e oferece suas batatinhas fritas, sem esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela" - Chrissy, 6 anos.

"Durante minha apresentação de piano, via meu pai na plateia me acenando e sorrindo. Era a unica pessoa fazendo isso e eu não sentia medo." Cindy, 8 anos.

"Quando você fala para alguém algo ruim sobre você mesmo e sente medo que essa pessoa não venha a te amar por causa disso, aí você se surpreende, já que não só continuam te amando, como agora te amam mais ainda" - Samantha , 7 anos.

"Amor é quando seu cachorro lambe sua cara, mesmo depois que você deixa ele sozinho o dia inteiro" - Mary Ann, 4 anos.

"Amor é quando você fala para um garoto que linda a camiseta que ele está vestindo e ele a veste todos os dias." Noelle, 7 anos.

"Deus poderia ter dito palavras mágicas para que os pregos caissem do crucifixo. Mas ele nao disse, isso é amor." Max, 5 anos.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O que salva o amor

L.Barbosa conta a história de uma ilha onde viviam os principais sentimentos do homem: Alegria, Tristeza, Vaidade, Sabedoria, e Amor. Um dia, a ilha começou a afundar no oceano; todos conseguiram alcançar seus barcos, menos o Amor.

Quando foi pedir a Riqueza que o salvasse, esta disse:

- “Não posso, estou carregada de jóias e ouro”.

Dirigiu-se ao barco da Vaidade, que respondeu:

- “Sinto muito, mas não quero sujar meu barco”.

O Amor correu para a Sabedoria, mas ela também recusou, dizendo:

- “Quero estar sozinha, estou refletindo sobre a tragédia, e mais tarde vou escrever um livro sobre isto”.

O Amor começou a se afogar. Quando estava quase morrendo, apareceu um barco – conduzido por um velho – que o terminou salvando.

- “Obrigado” – disse, assim que se refez do susto. – “Mas quem é você”?

- “Sou o Tempo” – respondeu o velho. Só o Tempo é capaz de salvar o Amor.

Paulo Coelho

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Namoro, casamento, romance..

Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim.
Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa:
- 'Ah, terminei o namoro...'
- 'Nossa, quanto tempo?'
- 'Cinco anos....
Mas não deu certo...acabou
'É não deu...?
Claro que deu!
Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam.
Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate....se joga...se não bate...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.
Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós.
Morremos sós.
Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Faz parte.
Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta.
É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar.
Ou se apaixonar.
Ou se culpar.
Enfim...quem disse que ser adulto é fácil?

Arnaldo Jabor

terça-feira, 12 de abril de 2011

Se implorar resolvesse, não me importaria. De joelhos, no milho, em espinhos, agachada, com o cofrinho aparecendo. Uma loucura qualquer, se ajudasse, eu faria com o maior prazer. Do ridículo ao medo: pularia pelada de bungee jump. Chorar, se desse resultado, eu acabaria com a seca de qualquer Estado, de qualquer espírito. Mas amor não se pede, imagine só. Ei, seu tonto, será que você não pode me olhar com olhos de devoção porque eu estou aqui quase esmagada com sua presença? Não, não dá pra dizer isso. Ei, seu velho, será que você pode me abraçar como se estivéssemos caindo de uma ponte porque eu estou aqui sem chão com sua presença? Não, você não pode dizer isso. Ei, monstro do lixo, será que você pode me beijar como um beijo de final de filme porque eu estou aqui sem saliva, sem ar, sem vida com a sua presença? Definitivamente, não, melhor não. Amor não se pede, é uma pena. É uma pena correr com pulinhos enganados de felicidade e levar uma rasteira. É uma pena ter o coração inchado de amar sozinha, olhos inchados de amar sozinha. Um semblante altista de quem constrói sozinho sonhos. Mas você não pode, não, eu sei que dá vontade, mas não dá pra ligar pro desgraçado e dizer: ei, tô sofrendo aqui, vamos parar com essa estupidez de não me amar e vir logo resolver meu problema? Mas amor, minha querida, não se pede, dá raiva, eu sei. Raiva dele ter tirado o gosto do mousse de chocolate que você amava tanto. Raiva dele fazer você comer cinco mousses de chocolate seguidos pra ver se, em algum momento, o gosto volta. Raiva dele ter tirado as cores bonitas do mundo, a felicidade imensa em ver crianças sorrindo, a graça na bobeira de um cachorro querendo brincar. Ele roubou sua leveza mas, por alguma razão, você está vazia. Mas não dá, nem de brincadeira, pra você ligar pro cara e dizer: ei, a vida é curta pra sofrer, volta, volta, volta. Porque amor, meu amor, não se pede, é triste, eu sei bem. É triste ver o Sol e não vê-lo se irritar porque seus olhos são claros demais, são tristes as manhãs que prometem mais um dia sem ele, são tristes as noites que cumprem a promessa. É triste respirar sem sentir aquele cheiro que invade e você não olha de lado, aquele cheiro que acalma a busca. Aquele cheiro que dá vontade de transar pro resto da vida. É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz. Tanto amor querendo escrever uma história, mas só escrevendo este texto amargurado. É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer, implorar. É triste lembrar como eu ria com ele. Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa? Ele sabe, ele sabe.

segunda-feira, 21 de março de 2011


A ausência de algumas pessoas em nossas vidas muda tudo.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Clarissa Corrêa

Uma vez me falaram que amar é se jogar de um precipício sem saber se lá embaixo vai ter alguém para segurar a gente. Foi a melhor definição de amor que já ouvi. Eu, que escrevo tanto e leio tanta gente que fala dessas coisas que damos o nome de sentimento, nunca tinha escutado nada tão verdadeiro. Amar é isso mesmo. É se jogar e não saber. É se entregar sem ter certeza. Aos poucos, buscamos a certeza do amor. Porque o amor para ser amor precisa de certezas. A certeza do encontro, a certeza da continuidade, a certeza da presença, a certeza da verdade.
Demorei muito para me permitir. Me distraí durante muito tempo com paixões que não duravam mais que a lua minguante. Por algum tempo vivi uma relação extremamente conturbada e complicada. Na verdade, não sei se posso chamar de "relação". Era alguma coisa sem nome. Aquilo não me deixava em paz, me fazia mais mal do que bem, mas de alguma maneira eu continuava. Não entendo, a gente se boicota tanto. Sabemos que queremos e merecemos mais, mas continuamos insistindo em coisas sem sentido. Punição? Talvez. A gente demora para se permitir ser feliz. Deve ser por isso que as pessoas ficam tateando no escuro durante muito tempo até encontrarem a tal pessoa certa. Não sei se existe a pessoa certa, sei que existe uma pessoa certa para você. Essa pessoa, por mais errada que seja, é aquela que te dá vontade de continuar. Continuar lutando, vivendo, acordando, sorrindo. Tem gente que nos dá essa vontade, aquela vontade de ser melhor para a gente mesmo e para quem nos rodeia. Mas eu não queria, não me permitia, achava que daquele jeito estava bom.
Às vezes, não sou legal comigo, você não é legal com você. Cegos, não conseguimos enxergar. Confusos, não sabemos o que fazer. Covardes, não nos damos uma chance. Carentes, nos agarramos na primeira oportunidade. A carência nos tira a visão. A falta de visão nos emburrece. E assim vamos vivendo um dia após o outro, com um vazio que nunca sai de dentro e um olhar que procura e nunca acha.
Todo mundo tem que amar alguém um dia. Não tem como definir, é uma coisa muito louca e real. Um dia, com o coração cansado, decidi que só queria coisas boas. Sem migalhas, sem mentiras, sem máscaras. Para amar a gente tem que se despir de todos os artifícios. Então, resolvi ser mais amiga de mim. Aproveitar a minha companhia, me curtir, só procurar o que me fazia bem. Foi aí que, sem querer querendo, a gente apareceu um na vida do outro. Me deu um medo, um medo. Você sabe, eu sei. Queria fugir, sair correndo, desistir. Tentei de todas as formas (até bem pouco tempo atrás) encontrar motivos, fiapinhos do passado e farpas imaginárias para provar que não daria certo. Mais uma vez eu insisto: ser feliz dá medo e é muita responsabilidade. Fora o fato da gente não se sentir merecedor. Fora o fato de pensar meu-deus-tá-tudo-bem-tudo-perfeito-na-minha-vida-é-certo-que-vou-descobrir-um-câncer. A gente sempre pensa besteira por achar que não merece aquilo tudo. Foi tudo em vão. Dia após dia o mundo, Deus, a vida, as coincidências, o destino ou sei lá, chame como você quiser, me mostraram que, sim, a gente tem um amor bonito e de verdade. Que já passou por turbulências, furacões, que de vez em quando recebe tempestades e trovões, mas que sempre dá um jeito de deixar o céu azul e o sol brilhando. Porque a gente gosta do tempo bom. A gente tem uma história que é só nossa, um amor que é só nosso, uma vida que é só nossa, uma família que é só nossa. Tudo nosso. E com você eu descobri que sempre posso ir mais além. Você me mostra umas partes que eu não conhecia. Me mostra uma força que eu não sabia que tinha. Um jeito maduro e ao mesmo tempo infantil de continuar vendo a vida. Me desarma com tanto bom humor.
Me mostra coisas que não sabia. Me puxa para a realidade, pois nem só de sonho se vive. Existe uma troca bonita e, hoje, mais madura. É que já faz mil dias, amor. Mil dias que a gente se encontrou e nunca mais saiu de perto um do outro. Mil dias que ouvi o que você disse e me atirei do precipício. Ainda bem que a gente se jogou. Ainda bem que você esperou por mim. E eu por você.